H REVISTA FRAUDE

Ano 13 | 2016 - nº14 - Salvador/Bahia

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Hip Hop das Minas

Mulheres do movimento hip hop buscam superar desafios e alcançar reconhecimento no meio

texto Mallu Silva e Paula Holanda
fotos Mallu Silva/Labfoto

Através de samples, o DJ norteia a batida das rimas. Os corpos a acompanham, movendo-se para cima e para baixo. São 40 segundos de versos improvisados contra sua oponente, que tem direito à resposta. “Eu sou cabra macho / chego no esculacho / primeira vez que rimo com mulher, eu acho”, versa o MC. As rimas seguintes ridicularizam a roupa e a aparência da adversária Mirapotira Souza, 29, que reage logo em seguida. “Porra, meu irmão, eu quero conteúdo / porra, meu irmão, vê se fica mudo / se for pra falar merda, é melhor ficar calado / o que vale mais, minha roupa ou meu improvisado?”. A aglomeração de espectadores na Praça Teresa Batista, no Pelourinho, vai à loucura. Ao combater o machismo na base do improviso e conquistar o público com sua atitude, é possível adivinhar a campeã.

 


O hip hop surgiu na década de 70, no Bronx, em Nova York. Utilizado como instrumento de luta contra opressões de classe e raça, pautas prioritárias na época, havia pouco espaço para se discutir questões de gênero. Predominantemente masculino, a presença das mulheres no movimento é uma luta diária por respeito e reconhecimento. “O hip hop é receptivo como filosofia de vida, mas não como movimento. É sabido que mulheres não têm espaço”, pontua Nai Sena, 24, primeira DJ negra formada em Salvador.

Nai e Mirapotira fizeram parte do mesmo coletivo, o Rima Mina, que contava também com as grafiteiras Sista Katia, 30, e Rebeca Lawinsky, 34, além da MC Cintia Savoli. Hoje, o coletivo é formado apenas por Mirapotira e Cintia. Com o objetivo de articular mulheres no meio do hip hop, ele promove eventos, ações e oficinas de rima, como as que são realizadas na CASE (Comunidade de Atendimento Socioeducativo) Feminina em Salvador. Sista e Rebeca seguem com a crew de graffiti Risca Mina.

 

 



Embora várias iniciativas para o fortalecimento do hip hop estejam acontecendo na cidade desde o início do ano, como os projetos Cultura Hip Hop e InformAÇÃO e o Hip Hop Circuito Salvador, a presença das mulheres ainda é baixa nas mesas de debate, oficinas e shows. Na mesa de abertura do Cultura Hip Hop e InformAÇÃO, só havia uma mulher entre os 11 convidados. Para Nai, este tipo de situação é a maior prova do machismo no movimento. “Existem mulheres realmente boas, que sabem o que estão fazendo e merecem ocupar espaço”, afirma.


A GENTE NÃO QUER PARIR, MAS TEM QUE
FICAR O TEMPO TODO SENDO MÃE

SISTA KÁTIA



O evento Resista Se Puder, que ocorreu em 2015 com organização do coletivo Minavu, buscou fortalecer a cena feminina do hip hop em Salvador através de eventos que contavam apenas com mulheres, da sua produção até às apresentações artísticas. Recentemente, em decorrência da rede criada pelo Rima Mina, ocorreu em setembro desse ano a primeira batalha feminina de MC's do país, na qual a rapper baiana Janaina Noblah, 20, foi consagrada campeã nacional. Janaina fez uma das oficinas do coletivo e foi incentivada a participar do evento. “Fui levada por essa onda de incentivo das mulheres e me senti apoiada e forte”, conta.

Iniciativas como a Batalha Nacional Feminina de Freestyle ajudam a fortalecer a cena e dão espaço para as mulheres que são invisibilizadas. Ainda assim, é comum ver nas batalhas de freestyle rimas com teor homofóbico e machista. “Os caras reproduzem porque querem, não é por falta de informação. Ser polêmico também atrai público”, afirma Sista Katia, que acredita que as mulheres precisam sempre se provar enquanto artistas e propor debates sobre machismo. “A gente não quer parir, mas tem que ficar o tempo todo sendo mãe”, alega Sista.

“Eu sou cangaceira, você tem que respeitar / eu sou do Nordeste, eu sou mulher da peste!” Disparou Janaina contra a MC Clara Lima, durante a final da Batalha de Freestyle. Entre gritos e aplausos, Janaina levou a melhor. Para a rapper, foi mais confortável disputar contra mulheres. “Percebi que rimas machistas tiravam um pouco o meu equilíbrio no início, ficava revoltada”, admite. Mesmo entre amigos, quando começou a participar de batalhas, chegou a ouvir coisas como “volta pro fogão / vai graxeirar o chão”. “No freestyle, você não tem como pensar muito. Um cara pode conter seu machismo no diálogo, mas não no freestyle”, explica.

texto Mallu Silva e Paula Holanda
fotos Mallu Silva/Labfoto

Através de samples, o DJ norteia a batida das rimas. Os corpos a acompanham, movendo-se para cima e para baixo. São 40 segundos de versos improvisados contra sua oponente, que tem direito à resposta. “Eu sou cabra macho / chego no esculacho / primeira vez que rimo com mulher, eu acho”, versa o MC. As rimas seguintes ridicularizam a roupa e a aparência da adversária Mirapotira Souza, 29, que reage logo em seguida. “Porra, meu irmão, eu quero conteúdo / porra, meu irmão, vê se fica mudo / se for pra falar merda, é melhor ficar calado / o que vale mais, minha roupa ou meu improvisado?”. A aglomeração de espectadores na Praça Teresa Batista, no Pelourinho, vai à loucura. Ao combater o machismo na base do improviso e conquistar o público com sua atitude, é possível adivinhar a campeã.

 


O hip hop surgiu na década de 70, no Bronx, em Nova York. Utilizado como instrumento de luta contra opressões de classe e raça, pautas prioritárias na época, havia pouco espaço para se discutir questões de gênero. Predominantemente masculino, a presença das mulheres no movimento é uma luta diária por respeito e reconhecimento. “O hip hop é receptivo como filosofia de vida, mas não como movimento. É sabido que mulheres não têm espaço”, pontua Nai Sena, 24, primeira DJ negra formada em Salvador.

Nai e Mirapotira fizeram parte do mesmo coletivo, o Rima Mina, que contava também com as grafiteiras Sista Katia, 30, e Rebeca Lawinsky, 34, além da MC Cintia Savoli. Hoje, o coletivo é formado apenas por Mirapotira e Cintia. Com o objetivo de articular mulheres no meio do hip hop, ele promove eventos, ações e oficinas de rima, como as que são realizadas na CASE (Comunidade de Atendimento Socioeducativo) Feminina em Salvador. Sista e Rebeca seguem com a crew de graffiti Risca Mina.

 

 



Embora várias iniciativas para o fortalecimento do hip hop estejam acontecendo na cidade desde o início do ano, como os projetos Cultura Hip Hop e InformAÇÃO e o Hip Hop Circuito Salvador, a presença das mulheres ainda é baixa nas mesas de debate, oficinas e shows. Na mesa de abertura do Cultura Hip Hop e InformAÇÃO, só havia uma mulher entre os 11 convidados. Para Nai, este tipo de situação é a maior prova do machismo no movimento. “Existem mulheres realmente boas, que sabem o que estão fazendo e merecem ocupar espaço”, afirma.


A GENTE NÃO QUER PARIR, MAS TEM QUE
FICAR O TEMPO TODO SENDO MÃE

SISTA KÁTIA



O evento Resista Se Puder, que ocorreu em 2015 com organização do coletivo Minavu, buscou fortalecer a cena feminina do hip hop em Salvador através de eventos que contavam apenas com mulheres, da sua produção até às apresentações artísticas. Recentemente, em decorrência da rede criada pelo Rima Mina, ocorreu em setembro desse ano a primeira batalha feminina de MC's do país, na qual a rapper baiana Janaina Noblah, 20, foi consagrada campeã nacional. Janaina fez uma das oficinas do coletivo e foi incentivada a participar do evento. “Fui levada por essa onda de incentivo das mulheres e me senti apoiada e forte”, conta.

Iniciativas como a Batalha Nacional Feminina de Freestyle ajudam a fortalecer a cena e dão espaço para as mulheres que são invisibilizadas. Ainda assim, é comum ver nas batalhas de freestyle rimas com teor homofóbico e machista. “Os caras reproduzem porque querem, não é por falta de informação. Ser polêmico também atrai público”, afirma Sista Katia, que acredita que as mulheres precisam sempre se provar enquanto artistas e propor debates sobre machismo. “A gente não quer parir, mas tem que ficar o tempo todo sendo mãe”, alega Sista.

“Eu sou cangaceira, você tem que respeitar / eu sou do Nordeste, eu sou mulher da peste!” Disparou Janaina contra a MC Clara Lima, durante a final da Batalha de Freestyle. Entre gritos e aplausos, Janaina levou a melhor. Para a rapper, foi mais confortável disputar contra mulheres. “Percebi que rimas machistas tiravam um pouco o meu equilíbrio no início, ficava revoltada”, admite. Mesmo entre amigos, quando começou a participar de batalhas, chegou a ouvir coisas como “volta pro fogão / vai graxeirar o chão”. “No freestyle, você não tem como pensar muito. Um cara pode conter seu machismo no diálogo, mas não no freestyle”, explica.

Hip hop: coisa de menina

Ao entrar no break, Priscila Nayala foi muito criticada por familiares e amigos. Aos 15 anos, a b-girl começou a dar aulas de dança à sua comunidade, mas inventou para sua mãe que estava assistindo a um curso de informática. Ao longo das aulas e do seu envolvimento com o hip hop, Priscila passou a incorporar características físicas consideradas masculinas: o esforço físico e os movimentos característicos fortaleciam seus músculos e marcavam seu corpo, o que causou espanto e reprovação por parte de sua mãe. De um lado, sua família a criticava pela falta de feminilidade cada vez mais notória; de outro, os próprios participantes do break a criticavam por ser uma intrusa em um meio, a princípio, masculino.

Se o corpo musculoso incomodava por não ser uma característica convencionada como feminina, por outro lado, as mulheres no hip hop também podiam ser criticadas por assumir outras convenções, como a maquiagem, o salto alto, a saia justa. Foi o que percebeu a cientista social Rabeca Sobral, 37, ao escrever sua dissertação de mestrado sobre gênero e hip hop. Segundo a pesquisadora, até os anos 2000 existiam convenções de gênero que as mulheres se sentiam obrigadas a obedecer para serem respeitadas, principalmente com relação a roupas e comportamento. Só a partir do começo da década que isso começou a mudar. “Elas sobem nos palcos demonstrando que o rap também é coisa de menina; têm estilo feminino de performance para cantar, compor e interagir com a plateia”, conta.

Janaina forma com Belle Araújo, a DJ Belle, 22, a dupla Noblah. Enquanto rapper, vivenciou isso ao subir no palco. “Eu achava que se eu cantasse com voz de menina ia ficar chato. Tive que entender que minha imagem é minha expressão”, afirma. A dupla se aquece para um show e Janaina começa a acompanhar a batida do DJ, enquanto Belle fecha o zíper do casaco que usa e coloca o capuz. Ambas ficam imersas na música durante alguns minutos, em um espaço que parece só delas. Em um pequeno palco de uma casa de shows no Rio Vermelho, Belle larga a batida nas picapes e canta com Janaina: “As minas pra frente te assusta? / Minha saia justa não justifica / sua atitude cruel, terrorista/O comando de quem é? / O comando é da mulher”.
 

 

 

ELAS SOBEM NO PALCO DEMONSTRANDO QUE O RAP TAMBÉM É
COISA DE MENINA;TÊM ESTILO FEMININO DE PERFORMANCE
PARA CANTAR, COMPOR E INTERAGIR COM A PLATEIA

RABECA SOBRAL

 

Fora dos palcos, os preconceitos se manifestam de formas diversas. Há dez anos no grafite, Chermie Ferreira, 30, explica que as mulheres evitavam grafitar de short por causa do assédio nas ruas. “Hoje eu vou pintar de biquini”, garante Chermie, que acredita na desconstrução gradativa do machismo dentro do movimento. A grafiteira foi uma das organizadoras do Bahia de Todas As Cores, primeiro evento de grafite nacional com 30 mulheres selecionadas. Junto com Singa, Monique, Srt.as, Mônica e Su, Chermie faz parte da crew de grafite Donas do Rolê. Se alternando entre diversas cidades da Bahia, elas realizam intervenções e oficinas para crianças e mulheres. Em setembro, a convite da Minavu, efetivaram uma oficina na comunidade dos Apaches, no Dique do Tororó. Como integrante de uma crew feminina, Chermie explica a importância de ações como essa: “A gente se sente mais forte, porque é um movimento auto-organizado”.

Hip hop: coisa de menina

Ao entrar no break, Priscila Nayala foi muito criticada por familiares e amigos. Aos 15 anos, a b-girl começou a dar aulas de dança à sua comunidade, mas inventou para sua mãe que estava assistindo a um curso de informática. Ao longo das aulas e do seu envolvimento com o hip hop, Priscila passou a incorporar características físicas consideradas masculinas: o esforço físico e os movimentos característicos fortaleciam seus músculos e marcavam seu corpo, o que causou espanto e reprovação por parte de sua mãe. De um lado, sua família a criticava pela falta de feminilidade cada vez mais notória; de outro, os próprios participantes do break a criticavam por ser uma intrusa em um meio, a princípio, masculino.

Se o corpo musculoso incomodava por não ser uma característica convencionada como feminina, por outro lado, as mulheres no hip hop também podiam ser criticadas por assumir outras convenções, como a maquiagem, o salto alto, a saia justa. Foi o que percebeu a cientista social Rabeca Sobral, 37, ao escrever sua dissertação de mestrado sobre gênero e hip hop. Segundo a pesquisadora, até os anos 2000 existiam convenções de gênero que as mulheres se sentiam obrigadas a obedecer para serem respeitadas, principalmente com relação a roupas e comportamento. Só a partir do começo da década que isso começou a mudar. “Elas sobem nos palcos demonstrando que o rap também é coisa de menina; têm estilo feminino de performance para cantar, compor e interagir com a plateia”, conta.

Janaina forma com Belle Araújo, a DJ Belle, 22, a dupla Noblah. Enquanto rapper, vivenciou isso ao subir no palco. “Eu achava que se eu cantasse com voz de menina ia ficar chato. Tive que entender que minha imagem é minha expressão”, afirma. A dupla se aquece para um show e Janaina começa a acompanhar a batida do DJ, enquanto Belle fecha o zíper do casaco que usa e coloca o capuz. Ambas ficam imersas na música durante alguns minutos, em um espaço que parece só delas. Em um pequeno palco de uma casa de shows no Rio Vermelho, Belle larga a batida nas picapes e canta com Janaina: “As minas pra frente te assusta? / Minha saia justa não justifica / sua atitude cruel, terrorista/O comando de quem é? / O comando é da mulher”.
 

 

 

ELAS SOBEM NO PALCO DEMONSTRANDO QUE O RAP TAMBÉM É
COISA DE MENINA;TÊM ESTILO FEMININO DE PERFORMANCE
PARA CANTAR, COMPOR E INTERAGIR COM A PLATEIA

RABECA SOBRAL

 

Fora dos palcos, os preconceitos se manifestam de formas diversas. Há dez anos no grafite, Chermie Ferreira, 30, explica que as mulheres evitavam grafitar de short por causa do assédio nas ruas. “Hoje eu vou pintar de biquini”, garante Chermie, que acredita na desconstrução gradativa do machismo dentro do movimento. A grafiteira foi uma das organizadoras do Bahia de Todas As Cores, primeiro evento de grafite nacional com 30 mulheres selecionadas. Junto com Singa, Monique, Srt.as, Mônica e Su, Chermie faz parte da crew de grafite Donas do Rolê. Se alternando entre diversas cidades da Bahia, elas realizam intervenções e oficinas para crianças e mulheres. Em setembro, a convite da Minavu, efetivaram uma oficina na comunidade dos Apaches, no Dique do Tororó. Como integrante de uma crew feminina, Chermie explica a importância de ações como essa: “A gente se sente mais forte, porque é um movimento auto-organizado”.

Hip hopper, trabalhadora e moça de família

“Mãe solteira, na labuta, de segunda a sexta-feira / eu não tô de brincadeira / e nem me estresso com besteira”, compuseram Cintia Savoli e Mirapotira para a faixa "Sobrevivente da Rua". Para Nai Sena, a tripla jornada das mulheres negras é um dos maiores desafios para continuar no movimento. “Sou mulher negra e periférica. Tenho que conciliar muitas coisas: família, casamento e faculdade, e ainda investir em equipamentos e estudo na área. Não adianta só discotecar, tenho que evoluir sempre”, afirma.

Rappers, b-girls, grafiteiras e DJs são também mães solteiras, donas de família, estudantes. A luta delas é para serem notadas, terem acesso a festas, shows e estúdios de gravação, e assim registrarem a si mesmas como artistas. “São mulheres muitas vezes invisíveis”, explica Rabeca, que teve como iniciativa produzir um vídeo para a música “Eu gosto dela”, do antigo Munegrale, que em 2001 deu origem ao grupo Hera Negra.

A tripla jornada, somada às dificuldades das mulheres no movimento, são fatores que desmembraram muitos grupos de hip hop formados só por mulheres. Chenzira, GNA, Hera Negra, África Mina, Impacto Feminino, Neuróticas, Kentaks, MDL são apenas alguns que alcançaram algum tipo de registro antes do fim. “Tiveram mulheres que, infelizmente, se distanciaram por conta de filhos, faculdade e trabalho, mas nessa mesma quantidade, muitas mulheres adentraram ao movimento”, assegura Nai. Apesar dos desafios, as mulheres têm se articulado juntas de diversas formas para conquistar mais visibilidade e reconhecimento.

Hip hopper, trabalhadora e moça de família

“Mãe solteira, na labuta, de segunda a sexta-feira / eu não tô de brincadeira / e nem me estresso com besteira”, compuseram Cintia Savoli e Mirapotira para a faixa "Sobrevivente da Rua". Para Nai Sena, a tripla jornada das mulheres negras é um dos maiores desafios para continuar no movimento. “Sou mulher negra e periférica. Tenho que conciliar muitas coisas: família, casamento e faculdade, e ainda investir em equipamentos e estudo na área. Não adianta só discotecar, tenho que evoluir sempre”, afirma.

Rappers, b-girls, grafiteiras e DJs são também mães solteiras, donas de família, estudantes. A luta delas é para serem notadas, terem acesso a festas, shows e estúdios de gravação, e assim registrarem a si mesmas como artistas. “São mulheres muitas vezes invisíveis”, explica Rabeca, que teve como iniciativa produzir um vídeo para a música “Eu gosto dela”, do antigo Munegrale, que em 2001 deu origem ao grupo Hera Negra.

A tripla jornada, somada às dificuldades das mulheres no movimento, são fatores que desmembraram muitos grupos de hip hop formados só por mulheres. Chenzira, GNA, Hera Negra, África Mina, Impacto Feminino, Neuróticas, Kentaks, MDL são apenas alguns que alcançaram algum tipo de registro antes do fim. “Tiveram mulheres que, infelizmente, se distanciaram por conta de filhos, faculdade e trabalho, mas nessa mesma quantidade, muitas mulheres adentraram ao movimento”, assegura Nai. Apesar dos desafios, as mulheres têm se articulado juntas de diversas formas para conquistar mais visibilidade e reconhecimento.

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