Os microfenômenos musicais da juventude baiana
texto Mariana Brasil e Maya Fernandes
multimídia Anderson Figueiredo
diagramação José Ivan
narração Mariana Brasil
colagem Isis Cedraz
Fazer música como uma verdade. Esse é um elemento que sem dúvida une os artistas emergentes, independentemente da proposta musical. Mas até chegar ao reconhecimento, existem etapas que vão desde assédios no carnaval até parcerias com Luiz Caldas. Nem muito ao céu, nem muito ao inferno, os artistas em ascensão, apesar de muito novos, já trazem trabalhos sólidos, talentosos e diversos. E para entender melhor como é não estar no Top 50 do Spotify, mas já ser reconhecido pelo sucesso de algum single, a Fraude foi conversar com a banda Flerte Flamingo, o grupo de pagode Os Ninfetos e os cantores Felupz, Melly e Aurea Semiseria.
Conheça os artistas:
Composta, atualmente, por Leonardo Passovi, César Neto, Fernando Tavares, Igor Quadros e Rodrigo Santos, a banda de rock/samba-rock Flerte Flamingo surgiu em 2015, inicialmente tocando covers de artistas internacionais. O nome de combinação exótica foi criado pelo antigo baterista, com a necessidade de batizar o grupo até a data de um show, ao ver a imagem de flamingos com os pescoços entrelaçados no descanso de tela do computador. Os amigos de vinte e poucos anos logo perceberam que melhor se encontravam nas músicas nacionais “com balanço de samba”, como conta Leonardo, 24. A mudança determinou a identidade que acompanha a banda até hoje, facilmente comprovada por quem ouve o “Postura e Água Fresca” (2017), EP de sucesso e fundamental na consolidação da banda.
Fonte: Gabriel Veronez
Fruto de uma brincadeira de escola, o grupo de pagode Os Ninfetos, composto por Pizane, Ruan, Jota e Magal, rompeu o mundinho da sala de aula e se tornou um microfenômeno reconhecido na rua e na cena. “A gente sempre foi muito brincalhão. Sempre foi de dançar, de fazer presepada”, diz Magal. Os “meninos do Sartre” tiveram o primeiro gosto da fama após irem à frente da sala para fazerem uma homenagem ao professor de História, o que gerou o primeiro hit do grupo: “Miguel”, cujo vídeo hoje conta com mais de 60 mil visualizações no Instagram. A viralização e avanço repentinos rumo a uma carreira os pegou de surpresa, como confessa Ruan: “Foi despretensioso mesmo. A nossa intenção nunca foi criar uma resenha para fora da sala”, diz o dançarino e backing vocal.
Fonte: Camila Cordeiro
Outro micro fenômeno que aflorou ainda na época do colégio é Melly (leia-se: mê-lí). A cantora e compositora de apenas 20 anos começou a carreira em 2018 e já é um nome relevante da cena de R&B soteropolitana. Indicada para cantar num festival evangélico após participar de uma apresentação de escola, Melly – que nem seguia nenhuma religião – fez ali seu primeiro show e percebeu que poderia investir neste talento. A paixão pelo gênero vem desde cedo, mas almeja em seu trabalho trazer um rhythm and blues mais abrasileirado. “R&B é música preta. Então eu queria que se tornasse música preta brasileira, especificamente, baiana. Porque eu nem sempre fui artista, nem sempre fui do R&B, mas eu sempre fui baiana”. Seu EP “Azul”, lançado neste ano, traz músicas que já ultrapassam 17 mil reproduções no Spotify.
Fonte: arquivo pessoal de Melly
Canto, dança, moda, teatro, marketing: Felupz é múltiplo. “Sempre estive muito envolvido com a arte e a partir disso eu fui criando minhas raízes para querer ser realmente artista, não só na música, mas artista em geral”. É, acima de tudo, um cantor determinado, dono de cinco singles e clipes que passeiam entre o funk e o afropop. O autor de “La Bumba”, seu primeiro e mais conhecido lançamento (em parceria com Tari a Zazi e Doizá), já teve seu trabalho divulgado em grandes emissoras de TV e vem conquistando um público cada vez maior com seu trabalho potente. Felupz também traz no currículo trabalhos com a Pracatum e marcas como a Dendezeiro.
Fonte: Marcio Santos – Estúdio MSTV
Aurea Semiseria cresceu cantando na igreja, mas foi no rap que a ‘carreta da onze’, vinda de Cajazeiras, veio para falar ao mundo o que pensa, sem miséria. Seu nome artístico veio da música “Beirando teto”, da banda Overfluxo, do trecho “áurea sem miséria, nova panacéia”, que de tanto as pessoas de seu círculo citarem à ela, a rapper de 20 anos adotou o nome. Assim, Aurea Maria se tornou Aurea Semiseria. A artista vem conquistando seu espaço na cena do rap baiano e nacional de forma louvável, já tendo ganhado competições internacionais do gênero grime, circulando por outras cidades com seu trabalho, com direito a participação em um show de Emicida. Música para ela é investimento de tempo, como também, um lugar seguro.
Fonte: Lara Mendes
Vistos
Já dizia Milton Nascimento, “todo artista tem de ir aonde o povo está”, mas, às vezes, é o povo que vem até o artista. E de repente, neste trânsito, um sujeito comum passa a ser reconhecido e se ver como tal. Contudo, a percepção de que as coisas entram em um rumo sério, profissional e em certo nível de fama chegou de modo diferente para cada um de nossos entrevistados. Para os integrantes da Flerte Flamingo, o fazer artístico está em paralelo à fluidez e entendimento entre os amigos que se uniram para fazer uma banda. “Não sei se estaria fazendo música se não fosse com meus amigos, desse jeito”, diz o baixista César, 25. Dos eventos iniciais, foram surgindo os primeiros fãs e convites para pequenos festivais locais.
Sobre o primeiro momento de fama vivido pela banda, a Flerte revela uma percepção do reconhecimento que vai além de sua “bolha”. Para eles, a chave não virou com as participações nos festivais, as entrevistas a veículos importantes ou o reconhecimento na rua, mas sim com o surgimento de seus haters no Twitter, como brinca o vocalista Leonardo, 24: “quando as pessoas começam a falar mal de você na internet, não é porque elas não gostam do seu som. Se ouvir um som e não gostar, você não vai pra internet falar mal, só vai quando tá muito incomodado com o fato de que não só você não gosta daquele som, mas as pessoas ao seu redor gostam! E você está indignado!”
O Twitter também foi veículo para um dos momentos de fama de Felupz, 21, que recebeu elogios do jornalista e radialista Zé Luiz. O apresentador da Rádio Rock em São Paulo, pai da cantora Manu Gavassi, viu um clipe do cantor baiano e o respondeu com elogios e empolgação: “caraca véi! Cê é bom demais! Adorei o som, o clipe, o conceito. No meu programa eu toco Rock, não rola…mas te digo, você tá quase pronto e vai ficar pronto passando esse som pra frente…talento você tem!!! MUITO!!”. Um outro acontecimento de peso em sua trajetória foi a parceria com Luiz Caldas, na música “O Mundo é de Todo Mundo”, que também conta com a participação de André Abujamra. O contato com o nome do Axé foi possibilitado por meio de Márcio Santos – videomaker de um comercial em que Felupz participou – que adorou os clipes do cantor e resolveu fazer esta ponte. Luiz Caldas, que na época montava um álbum de rap, o “Pedrada”, se interessou pelo trabalho do jovem e o chamou para participar no projeto.
Essas parcerias com grandes nomes da cena são consideradas importantíssimas para alavancar os novos artistas. Melly também já registra colaborações com nomes de destaque, chegando a gravar algumas guias com Baco Exu do Blues após o cantor entrar em contato pelo Instagram por ter gostado de seu trabalho. “É bom que artistas grandes se mobilizem para conhecer quem está emergindo na cena, porque aí você ajuda a crescer o seu cenário”, acredita. A sensação é compartilhada por Aurea, que traz na bagagem a emoção de ter dividido o palco com Emicida: “eu estava tão nervosa que comecei a cantar um louvor na passagem de som e ele pegou o microfone e cantou comigo, fiquei com vontade de chorar. Aí falei para mim: é isso aqui que quero fazer o resto de minha vida toda!”
Mas o primeiro traço de fama também chega de um modo mais convencional: o corpo a corpo. Melly conta das vezes em que a abordaram no shopping em Natal (RN) e até mesmo ao ser revistada na entrada de um festival. Uma das seguranças do evento reconheceu a cantora e elogiou sua música. O mesmo contato direto chegou até Os Ninfetos, quando o reconhecimento ultrapassou as portas do colégio e os amigos passaram a ser identificados por pessoas de fora de seus círculos sociais. Jota, 19, que estagia como personal trainer, lembra da alegria e satisfação de quando um colega de trabalho pediu para tirar uma foto com ele, “Me senti como? Artista, né?”
Já Magal, 19, revela que, apesar do bom humor, a timidez e a surpresa também permeiam tais momentos, a exemplo de quando foi abordado no aeroporto por uma fã lhe pedindo uma foto: “e eu morrendo de vergonha”, confessa. Nem sempre o contato é sutil, como relata o vocalista Pizane, 19, sobre um episódio durante o carnaval, enquanto andava com a namorada. “Uma pessoa pulou em cima de mim, me agarrou, a gente quase cai no chão”, relata em meio a risos. “Não me sinto famosão não, mas já rolou essas situações de ‘sou conhecido’. Acho que furei barreiras além da minha bolha”, conclui. O grupo também já chamou atenção de nomes da cena, como Adriano Malvar, antigo produtor da Psirico, que passou a ter uma relação bastante próxima com o quarteto.
Online e metendo
Toda essa proximidade com o público não é gratuita. Cada um à sua maneira, os artistas tentam manter um vínculo com sua crescente base de fãs, e muito disso se deve às redes sociais. Melly preza pela comunicação direta com os seguidores e por isso é ela que está a frente de seu Instagram. Para a jovem, esse é um gesto de respeito àqueles que estão ali a apoiando. “É uma forma de ser atenciosa (…) um terceiro é quem vai responder? Eu acho diferente, prefiro responder.” Ao passo que zela por esse contato, Melly se considera tímida e a necessidade de constância nas redes sociais é, muitas vezes, desconfortável. “É uma obrigação que você tem que assumir e se acostumar porque não deixa de ser um trabalho. Apesar de ser um entretenimento, não deixa de ser uma fonte de renda”, relata.
Aurea acredita que a interação na internet pode ser positiva, mas exige uma certa atenção e cuidado na maneira como é feita a comunicação com o público. “Da mesma forma que ajuda, ela atrapalha”. Embora já tenha terceirizado alguns setores de suas redes, a rapper é, ao mesmo tempo, muito grata ao apoio que conseguiu através delas. No lançamento de seu primeiro EP “Roxo GG“, o público, ainda no Facebook, abraçou o trabalho da cantora com muitos compartilhamentos, o que gerou cerca de 10 mil visualizações do clipe de uma das faixas em menos de uma semana.
“a gente sempre nutriu uma intensa resistência e gostamos de passar o trabalho de maneira um pouco mais crua, a música pela música”
leonardo passovi
Entretanto, o mesmo meio que promove alcance e conexão, também exige um trabalho que nem sempre é o ponto forte dos cantores. Os integrantes da Flerte confessam não terem muita afinidade com as redes sociais e que a pandemia exigiu a alimentação desses canais de uma forma com a qual não estavam habituados. “A gente sempre nutriu uma intensa resistência e gostamos de passar o trabalho de maneira um pouco mais crua, a música pela música”, explica Leo.
Já Felupz vê as redes sociais como grandes aliadas na divulgação de suas canções. Ele conta que já tinha uma boa relação com o Instagram e um número considerável de seguidores antes de investir na carreira musical pelas fotografias bem produzidas que postava. A partir disso e do lançamento de “La Bumba”, foi ampliando seu público e ganhando notoriedade. Ele também destaca os desafios que o artista independente possui em gerir sua própria carreira e presença nas redes, sobretudo durante a pandemia. O período, que caracterizou-se por um boom de criadores de conteúdo, deixou a internet um lugar mais difícil de se manter profissional e psicologicamente, na visão do cantor.
Vindos de um viral, Os Ninfetos já possuem uma relação praticamente intrínseca com as redes sociais. O grupo aposta em sua veia cômica como um potente canal de comunicação com seus seguidores. A estratégia ainda auxilia na divulgação do trabalho, visto que seus conteúdos já foram repostados até por páginas de humor como a @serbaianoeoutronivel. Na esquete “Treta news”, feita no berço da formação do grupo, os amigos resolveram brincar com os próprios desentendimentos, montando uma reportagem falsa sobre as discussões internas da banda. “Realmente existiu aquela briga e a gente transformou para o público, fez aquele teatro para dar uma ampliada e uma brincada a mais”, conta Ruan, 19. Acreditam na importância dessa aproximação com as pessoas, de modo a “conhecerem particularidades e situações cotidianas de cada um, meio que criando essa intimidade”, diz Pizane.
O quarteto também já é familiarizado com as trends do TikTok e souberam aliá-las à sua música, a exemplo da canção “Brinquedo”, que gerou uma boa repercussão da banda no app de vídeos. Os Ninfetos o enxergam como uma ótima ferramenta de engajamento, principalmente durante o período pandêmico, em que a maioria das interações possíveis são as digitais. No entanto, a rede divide opiniões entre os artistas, como os da Flerte, que percebem uma mudança drástica e, de certa forma, negativa no processo de divulgação na internet na era pós-TikTok, em comparação a quando começaram a se movimentar nas plataformas, em 2017. A necessidade de presença diária nas redes tornou-se critério obrigatório para alcançar um bom engajamento, fator com o qual o grupo não se sente muito confortável. “A gente não curte muito essa coisinha ‘meu rostinho na tela da Globo’. E a gente acaba ficando um pouco refém disso de estar na tela do celular e não só nos ouvidos, porque as pessoas têm que estar lembrando que você existe”, revela Leo.
“antigamente, o que era exigido do artista era simplesmente a arte dele, puramente a arte musical. Hoje em dia é um lance mais cruel, né? Porque muitos não se dão bem com isso”
pizane
Mas mesmo os mais íntimos das redes reconhecem que elas representam um trabalho dobrado. “Antigamente, o que era exigido do artista era simplesmente a arte dele, puramente a arte musical. Hoje em dia é um lance mais cruel, né? Porque muitos não se dão bem com isso”, desabafa Pizane. Se por um lado a pandemia amplificou as redes sociais como forma de conexão entre artista e público, ao mesmo tempo separou, como reitera Leo, da Flerte: “o principal para a gente era botar pessoas dentro de uma casa de show, tocar e no final elas saírem de lá [dizendo] ‘quero voltar, tenho que trazer fulano”’. César ainda complementa, lembrando dos tempos presenciais, em que no dia seguinte a um bom show, os seguidores e os streamings costumavam subir. “Sem show a gente tá até meio perdido.”
Fonte: Flerte Flamingo / Reprodução: Instagram (@flerteflamingo)
Toda essa exposição também pode provocar danos ao psicológico, especialmente no caso de artistas pretos. Apesar das experiências positivas com as redes, Felupz chamou atenção para os comentários racistas e homofóbicos que recebeu nas redes sociais após fazer uma participação em um programa da TVE. O cantor confessa que, apesar da quantidade de apoio recebido, a situação é capaz de abalar. “Isso meio que dá uma machucada na pessoa, mesmo inconscientemente. É sobre ter o psicológico forte pra aguentar”, destaca.
Jogando meu corpo no mundo
Se nossos entrevistados pudessem dar uma dica seria: faça seu som acontecer. A forma como cada um foi se aproximando de seu público foi bem distinta, mas todos se enxergam futuramente fazendo o que gostam: música. “Antes de você querer fazer um bom marketing, faça uma boa música”, aconselha César. Para a Flerte, a chave é levar o que se acredita com muita sinceridade. Afinal, como transmitir sua mensagem sonora sendo desonesto? Além disso, o grupo enxerga a importância de se conectar com as pautas culturais do momento, para desenvolver uma melhor comunicação entre eles e sobretudo com o público. “Se a coisa não se conecta com o lugar de onde a pessoa vem, se não diz minimamente ‘eu vim desse lugar’, vai ser um pouco mais difícil”, resume Leo.
“entre o artista independente que está começando e o artista grande que já recebe esse apoio, tem esse meio aqui, deslocado.”
felupz
Seguindo a mesma linha, Felupz crê na mensagem transmitida como o grande diferencial para tornar uma obra marcante. “Quando a música se torna muito líquida, as pessoas ouvem e esquecem rápido, mas quando passa uma mensagem que toca, essa já vai ser mais lembrada”, pontua. Também ressalta que é possível o artista independente trilhar seu caminho com mais facilidade ao colaborar com outros profissionais que o apoiem. Mas alega que, ao se encontrar nesse lugar intermediário, muitos acreditam que as parcerias não são mais necessárias. “Entre o artista independente que está começando e o artista grande que já recebe esse apoio, tem esse meio aqui, deslocado.”
Para Aurea, o sucesso vem de muita dedicação. “Tente profissionalizar ao máximo sua arte, não esmoreça por nada, pesquise, estude, se cuide física e espiritualmente”. A honestidade com a música é muito clara para ela: “eu faço música para desabafar, não para ganhar aplausos”. Compõe primeiro para si e depois para os outros, e acredita na importância de ouvir menos a opinião alheia para investir o tempo somente naquilo que realmente importa, na certeza do que está fazendo. Se você quer, faça. “Você sabe seu lugar, meta as caras e vá”, enfatiza.
“a parte que depende de você vai exigir que você sangre um pouquinho”
melly
“A parte que depende de você vai exigir que você sangre um pouquinho”, diz Melly. A cantora considera fundamental acreditar no próprio trabalho, mas entende que o talento sozinho não faz verão. “Isso não é suficiente para que você atinja um público. Você precisa ser distribuída”. Independente do talento e dedicação, fazer com que o trabalho alcance as pessoas é um dos fatores externos mais determinantes para emplacar um nome na cena musical. Os membros da Flerte também ressaltam que os trâmites burocráticos que envolvem a chegada da música até seu celular são de extrema importância. “Arrume alguém bom pra fazer isso”, César indica. Hoje, a banda é distribuída pelo selo Rockambole, cujo trabalho tem trazido bons resultados.
Tanta coisa boa
Quando o assunto é o que vem à frente, planos são o que não faltam. Parafraseando “Ladinho”, uma das canções de maior sucesso da Flerte Flamingo, nossos microfenômenos têm “tanta coisa boa para te contar”, com destaque para os projetos do futuro. A Flerte nos contou da ideia de lançamento de um novo EP em breve e parcerias. Uma delas já está disponível, o single com a Dingo Bells, O Grilo e PLUMA, promovido pela Rockambole: “Eu Vim Vacinar”.
No caso dos Ninfetos, a forma despretensiosa como assumidamente se formaram em nada condiz com o compromisso e alcance que os jovens pagodeiros desenvolveram. Os amigos pensam em aproximar sua musicalidade das inovações do pagode baiano atual, com elementos eletrônicos incrementados aos orgânicos. O contato e aproximação que passaram a ter com artistas que já trabalham com essa linguagem híbrida, como Jotaerre, guitarrista da banda Psirico, os auxilia nesse processo. Recentemente lançaram o projeto “Aula Extra”, com faixas que homenageiam as disciplinas escolares, resgatando a origem da banda.
“Aurea Semiseria nunca para”, nas palavras da própria. A rapper promete EP’s e singles para um futuro próximo, que a desafiem a sair de sua zona de conforto e explorar novas possibilidades musicais, como o pagode e o boom bap. “Irradie”, sua colaboração com o cantor Jeff Rodrigues, da banda OQuadro, já está nas plataformas de streaming e em breve será disponibilizada sua parceria com a cantora Suja dFato.
O EP tem sido a receita de bolo para os artistas iniciantes, pelo melhor alcance e menor custo. No entanto, Melly não descarta a possibilidade de um álbum quando tiver recursos. Por enquanto, os planos para mais um EP são a prioridade. Mais uma saudosa dos shows presenciais, a jovem também nos conta que vai participar de festivais virtuais em breve, mas ainda não divulgou quais e nem quando.
“meu sonho era ser a Beyoncé”
felupz
Felupz já tem lançamento no mundo! O single “AMASSAR” já está disponível em todas as plataformas digitais. E para o jovem, os planos pessoais e de carreira dialogam: conhecer o mundo e absorver culturas para produzir mais arte. Almeja colaborar com o trabalho de cantoras que lhe servem de referência como IZA, Pabllo Vittar e Anitta, destaca que sonha em poder viabilizar a arte para artistas independentes, como ele é hoje, e, indispensavelmente, ir a um show de Beyoncé, maior inspiração desde muito novo. “Meu sonho era ser a Beyoncé.”
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